sábado, 28 de agosto de 2010

O Filme Batismo de Sangue e a Construção da Memória da Ditadura Militar

Aos poucos, mitos sobre a ditadura militar construídos a partir da década de 80, principalmente após a constituição de 1988, serão superados pela sociedade civil. A obras literárias e o cinema tiveram importância fundamental na construção de determinados estereótipos. Todas essas construções são típicas de uma sociedade que transita de um momento político para o outro e a memória criada beneficia determinados grupos atuantes na sociedade.
O grande mito sobre o golpe militar de 1964 é a de que toda a sociedade repudiou não só a intervenção como também toda censura e repressão instaurada a partir do dia 1° de abril do mesmo ano. Uma das grande obras literárias que serviram para a construção da memória da ditadura militar foi o livro escrito pelo frei Beto, que depois foi para o cinema, Batismo de Sangue. baseado no livro do frei beto, batismo de sangue levou para a telona uma história dramática que tem como contexto histórico a ditadura civil-militar brasileira. o filme narra a história de frades dominicanos no rio de janeiro que que participaram na luta clandestina contra a reprassão militar durante o período chamadom anos de chumbo.    
Em um sentido mais amplo, a versão da luta armada contada pelo autor apresenta uma perspectiva de resistência democrática contra a ditadura militar, o que é no mínimo anacrônico. A  noção de democracia atual é fruto de construção iniciada pelo movimento das diretas já na década de 80.
Outra contribuição para a construção da memória está na idéia de que setores da igreja sempre repudiaram o aparelho de repressão da ditadura militar. Os bispos do CNBB deram  apoio ao golpe militar. A exceção foi D. Helder Câmara, que foi logo transferido para Recife.
Dessa forma, pode-se dizer que as feridas abertas pela ditadura militar ainda não estão cicatrizadas, pois os grupos políticos que perderam no campo de batalha estão ganhando na construção da memória e, com isso, estão assumindo o controle do aparelho de Estado.